CUT

20 de Agosto de 2014 às 09:24

CUT debate propostas de desenvolvimento para o Centro-Oeste e apresenta estudos sobre mercado de trabalho na região

AÇÃO SINDICAL

Nos dias 19 e 20 de agosto acontece em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, o Seminário de Desenvolvimento Regional e Ação Sindical Centro-Oeste e Tocantins. O evento promovido pela CUT Nacional e Estaduais da CUT da Região (MS, MT, GO, DF e TO), está sendo realizado na sede da Federação dos Trabalhadores em Educação do Mato Grosso do Sul (FETEMS) e conta com cerca de 200 dirigentes sindicais inscritos.

Na parte da manhã, o evento recebeu a visita de Ricardo Ayache e Delcidio do Amaral, candidatos majoritários ao Senado e ao Governo do Mato Grosso do Sul, respectivamente, que receberam dos sindicalistas CUTistas a Plataforma da Classe Trabalhadora, firmando o compromisso com a pauta da central para estas eleições, assim como a Presidenta Dilma Rousseff, que recebeu o mesmo documento no dia 31 de julho, durante a 14º Plenária Nacional da CUT, realizada em São Paulo.

 O foco da ação sindical promovida pela CUT no Centro-Oeste e Tocantins é debater a região na perspectiva da Central.

 Segundo Sérgio Nobre, secretário-geral nacional da CUT, a central tem uma visão sobre desenvolvimento do Brasil e defende que este projeto dialogue com cada região. “Queremos evitar aquela disputa que se tinha de região contra região, ou que uma cresça mais do que a outra. Queremos que o País avance incorporando as qualidades e características de cada região, este é o tamanho do trabalho que estamos nos propondo aqui".

 Nobre foi enfático ao lembrar a importância do Plebiscito do Sistema Político Brasileiro: “A semana de 1º a 7 de setembro é determinante para nós, pois o Plebiscito dialoga diretamente com as eleições. Precisamos ajudar a coletar mais de 10 milhões de votos e tenho certeza de que com o empenho de nossa Central e dos movimentos sociais nós vamos conseguir”, enfatiza. “A realização do plebiscito é determinante para nós, pois somente uma reforma no sistema político é capaz de barrar a influência do poder do capital nos rumos do nosso País. Hoje temos dois projetos em disputa – o democrático-popular, que representa a inclusão social e a distribuição de renda – que é o que defendemos - e o outro, que é oposto ao nosso - que representa o retrocesso, o desemprego e a volta da inflação – defendido pelos conservadores e detentores do capital”.

Genilson Duarte, presidente da CUT-MS, avaliou positivamente a atividade: “Debatemos temas importantes do desenvolvimento regional sob a ótica dos trabalhadores e contamos com a presença de mais de 250 pessoas nesta manhã, com muita representatividade das Estaduais da CUT", disse.

Para Sueli Veiga, secretária-geral da Escola de Formação Centro-Oeste, a ECO-CUT, este assunto é fundamental: “A gente vê na mídia que o País está crescendo, mas este crescimento é para quem? Qual é a parte que cabe aos trabalhadores? Os trabalhadores quase não aparecem nesta análise, por isso, é muito importante debatermos as condições de vida do nosso povo, os problemas que sofrem e as possíveis soluções”.

A dirigente também reforçou a importância de superarmos a fragmentação das ações sindicais: “Por exemplo, a questão do agronegócio e seus impactos é um assunto congênere a região centro-oeste, então não podemos ficar aqui sozinhos lutando sendo que podemos construir uma agenda comum, até para não gastarmos energias de forma mais eficiente”, concluiu.

Além de Sérgio Nobre, Genilson Duarte e Sueli Veiga, participaram da abertura o presidente da CUT de Tocantins, Mário Benício; o presidente da CUT Mato Grosso Joao Luiz Dourado e a secretária de Formação da CUT MT, Vânia Miranda; a secretária de Saúde do Trabalhador, representante da CUT Goiás, Therezinha de Jesus Aguiar e o secretário de Formação, representante da CUT Distrito Federal, Rodrigo Rodrigues.

Mercado de trabalho e dinâmica das negociações coletivas na Região


Na parte da tarde, o Dieese e Instituto Observatório Social apresentaram estudo sobre as transformações econômicas e sociais ocorridas no Brasil na última década no mercado de trabalho no Centro-Oeste e Tocantins.

A região apresenta um mercado de trabalho bastante heterogêneo, concentrando tanto trabalhadores de salários consideravelmente altos para média nacional, caso de Brasília, como também aqueles que recebem muito abaixo da média nacional, caso de Tocantins.

Esta heterogeneidade foi o ponto de partida para o estudo, demonstrado por Leandro Horie, assessor técnico da subseção Dieese-CUT Nacional e Juliana Sousa, do Instituto Observatório Social. Andreia Sousa, do Escritório Regional do DIEESE em Mato Grosso do Sul, apresentou dados sobre desenvolvimento regional e desafios para o movimento sindical.

Considerando o período de 2003 a 2012 o estudo Dieese/IOS aponta que o total de trabalhadores ocupados da região Centro-Oeste e Tocantins avançou de 6,42 para 8,15 milhões, representando 8,6% do total de ocupados do Brasil. Outro dado importante é que estado que mais concentrava ocupados na região em 2012 era Goiás, com 3,2 milhões, seguido por Mato Grosso (1,6 milhão), Distrito Federal (1,32 milhão), Mato Grosso do Sul (1,1 milhão) e Tocantins (694 mil ocupados). Já o maior crescimento no número de ocupados no período se deu no Distrito Federal (37,2%), com índice muito acima da média nacional (18,8%). Quanto à distribuição por gênero, considerando toda a região, em 2012 o número de ocupados indicava 57,9% de homens e 42,1% de mulheres (em 2003, eram 60,4% e 39,6%, respectivamente).

Sobre as negociações coletivas, foi destacado que, nos últimos dois anos, os reajustes derivados dessas negociações têm sido melhores na região Centro-Oeste do que no restante do país, quando observado o volume de negociações com ganhos reais.

O estudo também aponta dados sobre ocupação e desocupação de negros e não negros, mulheres e jovens. Também traz dados sobre trabalho escravo, conflitos agrários e acidentes de trabalho.

Escrito por: Paula Brandão/CUT Nacional e Sergio Souza Junior/CUT-MS

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