22 de Setembro de 2025 às 15:47
Dia de Luta
O dia 21 de setembro é o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência. A data foi criada para conscientizar sobre a inclusão social e a luta por políticas públicas que garantam igualdade de condições para essas pessoas na sociedade. O Brasil tem 14,4 milhões de pessoas com deficiência, o que representa 7,3% da população com dois anos ou mais, de acordo com levantamento do IBGE.
A data carrega um simbolismo de renovação e florescimento, pois coincide com o início da primavera. “Para nós, pessoas com deficiência, essa data significa justamente isso, a busca por uma sociedade que floresça a inclusão e acessibilidade”. Essa é a mensagem da bancária Glaucia Lopes, empregada da Caixa há seis anos.
Para Glaucia, o dia 21 de setembro não é apenas uma comemoração: “É um chamado permanente para a construção de uma sociedade verdadeiramente inclusiva. A inclusão não é favor, é direito. E enquanto houver barreiras, nossa luta continuará, porque acreditamos em um futuro onde todas as pessoas tenham as mesmas oportunidades de florescer”, destaca.
O movimento sindical bancário tem um papel fundamental na luta diária e permanente pela inclusão e pelos direitos das Pessoas com Deficiência (PCDs) no setor. O foco é exigir melhores condições de trabalho, igualdade de oportunidades, combater o capacitismo e garantir o respeito às cotas.
Uma conquista recente na Campanha Nacional 2024 foi o abono de ausência para conserto/reparo de equipamentos assistivos. "A luta em defesa dos direitos é permanente, buscando manter e ampliar conquistas na perspectiva da inclusão em todos os aspectos da vida, especialmente no trabalho", reforça Neide Rodrigues, presidenta do Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região.
A bancária Glaucia reforça a importância da luta sindical na garantia dos direitos dos trabalhadores bancários com deficiência, mas lembra que o caminho para a verdadeira inclusão ainda é longo. “Precisamos avançar muito na questão, porque nós pessoas com deficiência temos um lema: ‘Nada sobre nós, sem nós’. Então, para se conseguir ações concretas para pessoas com deficiência, precisamos de pessoas com deficiências dentro”, ressalta.
A experiência de Glaucia na Caixa, onde trabalha desde 2019, demonstra a dificuldade de ascender na carreira. Apesar de seu empenho e da dedicação em exercer bem suas funções, a bancária relata não ter tido uma ascensão real no banco.
“Minha caminhada foi mais marcada pelo empenho em exercer bem minhas funções e pelo crescimento pessoal e profissional que conquistei no dia a dia, mesmo sem ocupar cargos mais altos”, explica. “Ainda assim, considero que essa experiência foi fundamental para a minha vida, pois me trouxe conhecimento, resiliência e a oportunidade de estar próxima da realidade de muitas pessoas”.
Apesar de muitas dificuldades, o maior desafio enfrentado pelas PCDs é o capacitismo. Glaucia explica que, muitas vezes, as PCDs são vistas apenas como um número para preencher a Lei de Cotas (8.213/91), e não como indivíduos plenamente capazes.
“Não somos vistos como capazes, porque a deficiência acaba trazendo um rótulo. Por isso, o principal desafio é comater o capacitismo. As barreiras arquitetônicas têm que ser quebradas também, têm que ser transpassadas, mas eu acho que o principal é lidar com as barreiras atitudinais”, pontua.
Glaucia conclui fazendo uma distinção crucial sobre a condição atual das PCDs na sociedade: “Nós, pessoas com deficiência, já estamos integrados à sociedade, pois participamos dela em diversos espaços. No entanto, ainda não estamos incluídos, de fato. É preciso garantir que ela esteja participando de forma igualitária, onde tenha condições de acessibilidade, de igualdade de condições para que ela possa realmente exercer a cidadania dela de fato”.
Por: Comunicação do SEEBCG-MS
Link: https://www.seebcgms.org.br/noticias-gerais/a-luta-sindical-por-um-futuro-inclusivo/