15 de Outubro de 2007 às 12:07

Atividade bancária atinge saúde mental, diz UnB

Pesquisa realizada pela Universidade de Brasília, em parceria com o INSS, aponta que a saúde mental é um dos principais responsáveis pelo afastamento dos trabalhadores de suas funções: conforme o levantamento, 48,8% dos funcionários que pedem licença por mais de 15 dias sofrem de algum tipo de problema de saúde mental, sendo a depressão o principal deles. Ainda conforme a pesquisa, os riscos são ainda maiores na atividade bancária.

 

A UnB informou que os trabalhadores do setor financeiro têm um risco 2,5 vezes maior de se afastarem por mais de 15 dias consecutivos, por conta de problemas mentais, do que trabalhadores dos setores fabril químico, por exemplo, e duas vezes maior do que os metalúrgicos. “É preciso mais consciência de que há profissões que realmente afetam a saúde mental das pessoas”, diz a chefe do laboratório da UnB e coordenadora da pesquisa, Anadergh Barbosa-Branco.

 

A pesquisa foi realizada por conta da disparidade nos números do INSS entre auxílios simples – sem relação com o trabalho – e acidentários, causados pelo serviço exercido. Mais de 99% dos benefícios oriundos de transtornos mentais foram considerados como não relacionados ao trabalho

 

No caso dos bancários, fatores como estresse, responsabilidade e pressão por metas são os que mais atingem a saúde mental. Anadergh Branco aponta que tais fatores são mascarados porque as licenças apresenta como causa do afastamento a vida particular do beneficiário. Ela avalia que os afastamentos não aprecem como doenças do trabalho porque quem recebe auxílio doença acidentário tem um ano de estabilidade quando retorna ao posto de trabalho. “E isso os empregadores procuram evitar ao máximo”, ponderou.

 

Existem dois grandes fundos para onde vão as contribuições previdenciárias: um financiado pelas empresas, para o pagamento de licenças por doenças e acidentes de trabalho, e outro financiado por aqueles que contribuem para a Previdência Social. Os afastados acabam caindo no bolo maior, o que impede a percepção da real dimensão dos problemas laborais – e, por tabela, reduz a responsabilidade das empresas.

Saiba mais

 

Em 2001, o Ministério da Saúde lançou o Manual de Doenças Relacionadas ao Trabalho, reservando um capítulo apenas para tratar da saúde mental. Dentre os males listados para a mente dos trabalhadores, estão:

 

Transtorno cognitivo – alteração da memória, da orientação, da capacidade de aprendizado e redução da capacidade de concentração em tarefas prolongadas;

Alcoolismo crônico relacionado com o trabalho;

Estresse pós-traumático – quando o trabalhador testemunha de eventos no local de trabalho, dos quais decorrem mortes ou ferimentos graves;

Neurastenia – presença de fadiga constante, acumulada ao longo de meses ou anos em situação de trabalho em que não há oportunidade de obter descanso necessário e suficiente (inclui a síndrome da fadiga constante);

Transtorno do ciclo vigília-sono devido a fatores não orgânicos;

Episódios depressivos – humor triste, perda de interesse e prazer nas atividades cotidianas, sensação de fadiga aumentada em decorrência de frustrações cotidianas no ambiente de trabalho, excesso de competição, perda do posto de trabalho e outras perdas ao longo dos anos e demissão. A depressão também pode ser desencadeada por contato constante com substâncias como tolueno, solventes orgânicos, metais pesados, etc.

 

Secretaria de Imprensa e Comunicação, com SP Bancários

 

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