1 de Outubro de 2025 às 08:36
Imposto de Renda
Antônio Cruz/Agência Brasil
O PL 1.087/2025, projeto de lei de autoria do governo Lula que isenta de imposto de renda (IR) os brasileiros que recebem até R$ 5 mil por mês e reduz o imposto, proporcionalmente, para quem ganha até R$ 7.350, deve ser votado pelo plenário da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira 1.
Se aprovado, o projeto segue para análise do Senado e sanção presidencial. Para que a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil e os descontos para quem recebe até R$ 7.350 passem a valer já em 2026, o PL 1.087/2025 precisa ser aprovado nas duas casas do Congresso e sancionado ainda neste ano.
Com a nova mudança, 10 milhões de brasileiros vão parar de pagar Imposto de Renda. Somando com os 10 milhões que já ficaram isentos em 2023 e 2024, no total 20 milhões de trabalhadores não precisarão pagar nada mais. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o imposto zero vai colocar ao ano no bolso do trabalhador e da trabalhadora até R$ 4.200. Isso significa um 14º salário, já que a média salarial do brasileiro é de R$ 3.500.
Boa parte dos bancários e bancárias se beneficiará caso o projeto do governo Lula seja aprovado no Congresso: segundo cálculos do Dieese, 30% da categoria ficaria isenta ou teria uma mordida menor do “leão”. Isso significa que cerca de 54,3 mil bancários se beneficiariam, sendo a maioria composta por mulheres (54%).
Como o governo é obrigado pela legislação a propor medidas compensatórias para a perda de arrecadação com o aumento da faixa de isenção do IR, foi incluída no projeto de lei uma alíquota de até 10% de IR para quem ganha mais de R$ 600 mil por ano, o equivalente a R$ 50 mil mensais.
Entram nessa conta (de mais R$ 600 mil por ano) salário, renda com aluguéis, dividendos e outros rendimentos (não entram na soma herança e venda de bens). Para os que ganham mais de R$ 600 mil ao ano, aplica-se uma alíquota que cresce gradualmente, até chegar a 10% para quem ganha R$ 1,2 milhão ou mais.
Mas essa regra só vai afetar 141,4 mil pessoas, que correspondem a 0,06% da população brasileira e 0,13% de todos os contribuintes do país.
O Brasil abriga 55 bilionários, sendo o país com mais milionários da América Latina, mas também o mais desigual entre as principais economias mundiais. Apenas 1% da população concentra 63% da riqueza nacional. O 1% mais rico do país paga proporcionalmente menos impostos que os 50% mais pobres
Embora, segundo pesquisa Quaest, 88% dos deputados sejam a favor do imposto zero, a maioria da Câmara é formada por empresários e gente muito rica, e eles não querem pagar mais imposto. Há quem proponha que a isenção, que custará cerca de R$ 25 bilhões aos cofres públicos, seja retirada de programas como o SUS, o Bolsa Família, o Pé-de-Meia e outros essenciais utilizados pela maioria da população, da classe média aos mais pobres. Ou seja, querem que a imensa maioria do povo brasileiro continue pagando para que eles mantenham suas vidas cheias de privilégios.
Para que o povo brasileiro não seja prejudicado com a piora nos serviços da saúde, da educação e os demais serviços públicos oferecidos gratuitamente, é preciso pressionar os deputados federais que não querem taxar os super-ricos que hoje pagam em torno de 2% sobre seus ganhos enquanto o trabalhador com carteira assinada que ganha a partir de R$ 4.500 paga 27,5% já descontados na folha salarial.
Pela ferramenta da CUT “Na Pressão” é possível enviar mensagens aos parlamentares para que votem a favor da isenção e taxem os super-ricos.
Siga os passos:
Você pode repetir isso com quantos parlamentares desejar.
Por: Comunicação do SEEBCG-MS
Link: https://www.seebcgms.org.br/noticias-gerais/isencao-de-ir-ate-r-5-mil-deve-ser-votada-na-camara-nesta-quarta-dia-1/